Como o sono reescreve o cérebro para fortalecer e otimizar as memórias

Neuroscience·25 de março de 2025 Resumo: Um novo estudo revela como o cérebro reprocessa e refina memórias durante o sono, particularmente aquelas relacionadas ao aprendizado espacial. Pesquisadores rastrearam a atividade dos neurônios do hipocampo de ratos por até 20 horas e descobriram que os padrões de memória primeiro ecoavam a fase de aprendizado e então gradualmente mudavam para corresponder à fase de recordação ao acordar. Essa reorganização, observada durante o sono não-REM, envolveu uma mudança dinâmica nos neurônios que representam os locais de recompensa — alguns pararam de disparar enquanto outros se tornaram ativos. Essas mudanças não apenas reforçaram a memória, mas também podem liberar neurônios para armazenar novas informações. Principais fatos: Papel do sono não REM: a reativação e a otimização da memória ocorreram durante o sono não REM, enquanto o sono REM pareceu neutralizar esse efeito. Desvio representacional: a atividade neuronal mudou da imitação da fase de aprendizagem para a fase de recordação, ajudando a refinar o armazenamento da memória. Eficiência neural: após o sono, menos neurônios estavam envolvidos na recordação de locais de recompensa, sugerindo uma otimização da representação da memória. Fonte: IST Uma boa noite de sono nos ajuda a lembrar informações recentemente aprendidas, ‘gravando’ nossas memórias. Isso também é verdade para os animais, pois lembrar, por exemplo, a localização de recursos alimentares é essencial para sua sobrevivência. Cientistas podem examinar esse papel do sono no laboratório treinando camundongos ou ratos de laboratório sobre seu ambiente usando várias tarefas de memória. Em tais experimentos projetados para aprendizado espacial, os animais devem aprender e subsequentemente lembrar a localização das recompensas alimentares em labirintos. Apesar da extensa pesquisa voltada para a compreensão dos mecanismos neuronais que favorecem o aprendizado, a formação da memória e a recordação, muitas questões sobre essas funções cerebrais essenciais permanecem sem resposta. Agora, pesquisadores do grupo do professor Jozsef Csicsvari no Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria (ISTA) investigaram os principais papéis dos estágios do sono na otimização da recordação da memória. Eles mediram sem fio os padrões de atividade neuronal em cérebros de ratos por até 20 horas de sono, estendendo consideravelmente os tempos de medição relatados anteriormente. “Mostramos que as montagens neuronais nos estágios iniciais do sono refletem memórias espaciais recentemente aprendidas. No entanto, conforme o sono progride, os padrões de atividade neuronal gradualmente se transformam naqueles vistos mais tarde, quando os ratos acordam e lembram os locais de suas recompensas alimentares”, diz Csicsvari. Mapeando — e lembrando — locais de recompensa Trabalhos anteriores mostraram que uma área cortical do cérebro chamada hipocampo é importante tanto para explorar e manter rotas em um ambiente (chamada de navegação espacial) quanto para o aprendizado espacial. Os neurônios do hipocampo rastreiam a localização do animal disparando em locais específicos, formando assim um mapa cognitivo do ambiente. Os animais usam esse mapa para navegar no espaço enquanto o atualizam durante o aprendizado. Nesse processo, os locais de recompensa desempenham um papel fundamental, tornando-se desproporcionalmente representados no mapa cognitivo dos animais. Após o aprendizado espacial, o hipocampo desempenha um papel importante na melhoria da memória durante o sono. Ele faz isso reativando traços de memória recentemente aprendidos. Anteriormente, o grupo Csicsvari mostrou que quanto mais frequentemente um local de recompensa específico é reativado durante o sono, melhor o animal se lembra daquele local quando acorda. Por outro lado, quando a equipe bloqueou a reativação de uma memória de recompensa específica, os animais não conseguiram se lembrar da respectiva localização. Reorganizar padrões neuronais durante o sono grava memórias Enquanto os cientistas até agora só conseguiam examinar a reativação de memórias espaciais em períodos mais curtos de sono de duas a quatro horas, a equipe agora conseguiu tais experimentos durante um longo sono noturno. Usando gravações sem fio, eles monitoraram a atividade neuronal no hipocampo por até 20 horas enquanto os ratos descansavam e dormiam após um paradigma de aprendizagem espacial. “Nossas descobertas foram inesperadas. Mostramos que os padrões de atividade dos neurônios ligados aos locais de recompensa se reorganizaram durante o sono longo”, diz o graduado em doutorado do ISTA Lars Bollmann, um dos coautores do estudo. De fato, quando um determinado local de recompensa era reativado, nem todos os neurônios que representavam aquele local permaneciam ativos durante todo o sono. Enquanto alguns o faziam — os pesquisadores do ISTA os chamavam de “subgrupo estável” —, outros paravam de disparar durante estágios posteriores do sono. Mas, ao mesmo tempo, um novo grupo de neurônios começou a disparar gradualmente. “O mais surpreendente é que mostramos que, embora o padrão de disparo de neurônios nos estágios iniciais do sono ecoasse a atividade neuronal na fase de aprendizagem, esse padrão evoluiu posteriormente para espelhar a atividade neuronal quando os ratos acordavam e se lembravam de onde as recompensas estavam localizadas”, acrescenta Bollmann. Assim, a equipe não apenas observou um desvio nos padrões de atividade neuronal durante o sono no contexto do aprendizado espacial, mas também o vinculou ao processo de reativação da memória. Assim, eles lançam luz sobre como o sono ajuda a manter as memórias frescas. Além disso, eles mostraram que essa reorganização acontece durante o sono não-rápido dos olhos (não-REM), enquanto o sono REM a neutraliza. Liberando neurônios para novas memórias? Qual poderia ser o papel desse fenômeno — chamado de “deriva representacional” — que ocorre no sono? “Só podemos especular a esse respeito”, diz Csicsvari. “É possível que representações de memória devam ser formadas rapidamente durante o aprendizado, mas que tais representações não sejam ótimas para armazenamento de longo prazo. Portanto, um processo pode ocorrer no sono que otimiza essas representações no sono para reduzir os recursos cerebrais para armazenar uma memória específica.” Em apoio a essa hipótese, os pesquisadores observaram que menos neurônios estavam ligados a um determinado local de recompensa após o sono do que antes. Portanto, alguns neurônios são liberados para absorver memórias mais novas. “Quaisquer novas memórias devem encontrar uma maneira de serem integradas ao conhecimento existente. Repetições frequentes das novas memórias, bem como mudanças parciais no código neuronal, podem, portanto, ajudar a otimizar sua integração em

Crise de saúde mental: Brasil tem maior número de afastamentos por ansiedade e depressão em 10 anos

Dados de 2024 mostram que o país registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho por transtornos mentais. Trata-se do maior número desde 2014. Por Poliana Casemiro, Rayane Moura, g1 10/03/2025 00h00 O Brasil vive uma crise de saúde mental com impacto direto na vida de trabalhadores e de empresas. É o que revelam dados exclusivos do Ministério da Previdência Social sobre afastamentos do trabalho. Em 2024, foram quase meio milhão de afastamentos, o maior número em pelo menos dez anos. Os dados, obtidos com exclusividade pelo g1, mostram que, no último ano, os transtornos mentais chegaram a uma situação incapacitante como nunca visto. Na comparação com o ano anterior, as 472.328 licenças médicas concedidas representam um aumento de 68%. (Veja o gráfico abaixo)     ➡️ E o que explica o recorde de afastamentos em 2024? De acordo com psiquiatras e psicólogos, é reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, entre outros pontos. 🔴 A crise fez que o governo federal buscasse medidas mais duras. O Ministério do Trabalho anunciou a atualização da NR-1, que é a norma com as diretrizes sobre saúde no ambiente do trabalho. Agora, o tema passa a ser fiscalizado nas empresas e pode, inclusive, render multa. Os dados solicitados pelo g1 ao Ministério da Previdência Social permitem traçar um raio-x da situação, com a lista de doenças que motivaram os benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). ➡️ O benefício é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença. Em 2024, foram 3,5 milhões pedidos de licença no INSS motivados por várias doenças. Desse total, 472 mil solicitações foram atendidas por questões de saúde mental. No ano anterior, foram 283 mil benefícios concedidos por esse motivo. Ou seja, um aumento de 68% e um marco na série histórica dos últimos 10 anos. (Veja a evolução no gráfico abaixo)     ➡️ O número acima traz a lista de doenças de saúde mental que mais geraram concessão de benefícios por incapacidade temporária. O burnout, por exemplo, não está nessa lista. No ano passado, foram 4 mil afastamentos por esse motivo. Os especialistas explicam que o número tem relação com a dificuldade do diagnóstico. ➡️ Além disso, os dados representam afastamentos e não trabalhadores. Isso porque uma pessoa pode tirar mais de uma licença médica no mesmo ano e esse número é contabilizado mais de uma vez.     Procurado pelo g1, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não informou quanto de sua verba foi revertida em assistência à saúde mental. Apesar disso, esclareceu que as pessoas passaram, em média, três meses afastadas, recebendo cerca de R$ 1,9 mil por mês. Considerando esses valores, o impacto pode ter chegado a até quase R$ 3 bilhões em 2024. O cenário por estado O maior número de licenças está nos estados mais populosos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No entanto, proporcionalmente, quando consideramos o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Os dados do INSS permitem traçar um perfil dos trabalhadores atendidos: a maioria é mulher (64%), com idade média de 41 anos, e com quadros de ansiedade e de depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho. 🔴Por outro lado, não foi possível fazer recortes por raça, faixa salarial ou escolaridade, pois os dados não foram informados pelo INSS.     🔴 Os especialistas explicam que mulheres são a maioria por fatores sociais: a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência: mulheres ganham menos que homens em 82% das áreas, segundo levantamento do IBGE. (Leia mais aqui) Total de casos de feminicídio cresceu 10% nos últimos cinco anos. (Leia mais aqui) mulheres foram as mais afetadas pela crise, com maior índice de desemprego e trabalho não remunerado, segundo pesquisa publicada pela revista científica “Lancet”. (Leia mais aqui) “Esse padrão social sobre as mulheres gera sobrecarga. Ao mesmo tempo, elas têm salários menores e são, muitas vezes, as responsáveis financeiras pela casa. Ou seja, ainda tem toda essa pressão, que foi ampliada com toda a crise na pandemia”, disse o psiquiatra Arthur Danila, pesquisador sobre ansiedade na Universidade de São Paulo (USP). Segundo o último Censo, as mulheres mantêm financeiramente 49,1% dos lares brasileiros. Isso significa 35 milhões de famílias pelo país. E a maioria está na faixa etária a partir de 40 anos, a mesma idade média dos afastamentos. “Isso é uma tragédia social anunciada. É a mulher que hoje provém boa parte das casas no país, e essas mulheres estarem neste nível de estafa é um risco econômico. As famílias podem ficar desabastecidas e o consumo diminuir”, diz Thatiana Cappellano, mestre em ciências sociais e consultora sobre trabalho. Por outro lado, a mulher também pede mais ajuda, e é mais aberta a procurar soluções nos consultórios médicos. Esse é um fator que facilita o diagnóstico desses tipos de transtornos, explica o psiquiatra Wagner Gattaz, especialista em saúde mental no ambiente de trabalho. “Desde a pandemia, fala-se mais de saúde mental. Então, médicos que antes não tinham o olhar para esse diagnóstico, agora tem”, afirma. 🔴 Os transtornos mentais são multifatoriais e não há uma explicação única para o que está acontecendo. Especialistas ouvidos pelo g1 destacam algumas questões, entre elas as cicatrizes da pandemia. Algumas delas são: ➡️ O luto pós pandemia, que causou mais de 700 mil mortes. ➡️ Estresse emocional após a crise, com anos de isolamento. ➡️ Insegurança financeira com o aumento do custo de vida. De 2020 até 2024, o preço dos alimentos subiu 55%. (Leia mais aqui) ➡️ Aumento da informalidade; ➡️ E o fim de ciclos. Na pandemia, por exemplo, houve um aumento de 16% nas separações. “A vida voltou ao ‘normal’, mas de uma forma

Uma dieta saudável pode te levar mais longe do que você imagina

Harvard afirma que dieta saudável pode aumentar em 84% chance de velhice com saúde 12 de julho de 2024 – Vitor Guerras / Só Notícia Boa A prestigiada Universidade de Harvard comprovou que uma dieta saudável é a chave do sucesso para uma velhice com mais saúde e disposição e pode aumentar entre 43% a 84% a chance de ter um bom funcionamento físico e mental quando chegar na casa dos 70. E para isso acontecer, é preciso melhorar os hábitos alimentares já na meia-idade, aproximadamente entre 40 e 55 anos. “Pessoas que aderiram a padrões alimentares saudáveis ​​na meia-idade, especialmente aqueles ricos em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, tiveram significativamente mais probabilidade de atingir um envelhecimento saudável”, disse Anne-Julie Tessier, PhD e pesquisadora de pós-doutorado na Harvard Th Chan School of Public Health. As melhores dietas O resultado mostrou que, se você quer ter um envelhecimento saudável, é preciso mudar a alimentação agora. As taxas de envelhecimento entre as pessoas foram comparadas e aqueles que tiveram hábitos alimentares positivos, foram os que mais viveram. “Uma descoberta que se destacou foi a associação entre a dieta de saúde planetária (dieta a base de vegetais) e o envelhecimento saudável. Essa dieta é baseada no relatório da Comissão EAT Lancet, que enfatiza frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas vegetais e gorduras saudáveis ​​de fontes sustentáveis, explicou a pesquisadora. A dieta mediterrânea alternativa e dieta com abordagens alimentares para parar a hipertensão também foram associadas a um envelhecimento saudável, com 67% e 66% respectivamente. Plantando para colher Junto com a equipe, Anne-Julie analisou dados de mais de 106 mil pessoas desde 1986. Os participantes tinham pelo menos 39 anos e não tinham nenhum tipo de doenças crônicas no início do estudo. Para iniciar, eles forneceram informações sobre o que comem por meio de questionário, aplicados a cada quatro anos. Em 2016, metade dos pacientes havia falecido e apenas 9,2% sobreviveram até os 70 anos ou mais, mantendo-se livres de doenças crônicas e com boa saúde física, cognitiva e mental. Dieta e exercício físico O padrão positivo também se repetia quando os pesquisadores colocaram a atividade física na jogada. Segundo Anne-Julie, junto com a dieta, manter o corpo em atividade é importante para saúde física, bem como o funcionamento cognitivo e a saúde mental. Para a pesquisadora, a pesquisa ajuda a entender os impactos que a mudança na alimentação pode fazer para o futuro do ser humano. Estudos anteriores Anne-Julie apresentou as descobertas na Nutrition 2024, principal reunião anual da Sociedade Americana de Nutrição, em Chicago, nos Estados Unidos. Os resultados, deixaram a plateia entusiasmada. Diversos estudos já mostraram que uma dieta regular pode prevenir doenças crônicas, mas o que Anne encontrou é diferente porque mostrou em detalhes como ter um envelhecimento saudável. E que é preciso começar já a virada!

Especialistas analisam evidências de que a ioga é boa para o cérebro

Neuroscience 12 Dezembro, 2019 O Yoga tem um efeito positivo na estrutura e função das principais áreas do cérebro associadas à memória. As descobertas fornecem evidências de que a ioga pode ser uma promessa na mitigação do declínio neurodegenerativo e relacionado à idade. Fonte: Universidade de Illinois Os cientistas sabem há décadas que o exercício aeróbico fortalece o cérebro e contribui para o crescimento de novos neurônios, mas poucos estudos examinaram como a ioga afeta o cérebro. Uma revisão da ciência encontrou evidências de que a ioga melhora muitas das mesmas estruturas e funções cerebrais que se beneficiam do exercício aeróbico. A revisão, publicada na revista Brain Plasticity, enfocou 11 estudos sobre a relação entre a prática de ioga e a saúde do cérebro. Cinco dos estudos envolveram indivíduos sem experiência na prática de ioga em uma ou mais sessões de ioga por semana durante um período de 10-24 semanas, comparando a saúde do cérebro no início e no final da intervenção. Os outros estudos mediram as diferenças cerebrais entre indivíduos que praticam ioga regularmente e aqueles que não praticam. Cada um dos estudos usou técnicas de imagem cerebral, como ressonância magnética, ressonância magnética funcional ou tomografia computadorizada de emissão de fóton único. Todos envolveram o Hatha Yoga, que inclui movimentos corporais, meditação e exercícios respiratórios. “A partir desses 11 estudos, identificamos algumas regiões do cérebro que surgem de forma consistente e surpreendentemente não são muito diferentes do que vemos na pesquisa de exercícios”, disse Neha Gothe, professora de cinesiologia e saúde comunitária da University of Illinois, que liderou a pesquisa com Wayne Professora de psicologia da State University Jessica Damoiseaux. “Por exemplo, vemos aumentos no volume do hipocampo com a prática de ioga”, disse Gothe. Muitos estudos que examinam os efeitos cerebrais dos exercícios aeróbicos mostraram um aumento semelhante no tamanho do hipocampo ao longo do tempo, disse ela. O hipocampo está envolvido no processamento da memória e é conhecido por encolher com a idade, disse Gothe. “É também a estrutura que é afetada pela primeira vez na demência e na doença de Alzheimer.” Embora muitos dos estudos sejam exploratórios e não conclusivos, a pesquisa aponta para outras mudanças importantes no cérebro associadas à prática regular de ioga, disse Damoiseaux. A amígdala, uma estrutura cerebral que contribui para a regulação emocional, tende a ser maior em praticantes de ioga do que em seus pares que não praticam ioga. O córtex pré-frontal, o córtex cingulado e as redes cerebrais, como a rede de modo padrão, também tendem a ser maiores ou mais eficientes em quem pratica ioga regularmente. “O córtex pré-frontal, uma região do cérebro logo atrás da testa, é essencial para o planejamento, tomada de decisão, multitarefa, pensar sobre suas opções e escolher a opção certa”, disse Damoiseaux. “A rede de modo padrão é um conjunto de regiões do cérebro envolvidas no pensamento sobre si mesmo, planejamento e memória.” Como a amígdala, o córtex cingulado faz parte do sistema límbico, um circuito de estruturas que desempenha um papel fundamental na regulação emocional, aprendizagem e memória, disse ela. Uma revisão da ciência encontrou evidências de que a ioga melhora muitas das mesmas estruturas e funções cerebrais que se beneficiam do exercício aeróbico. A imagem é creditada a Neha Gothe. Os estudos também descobriram que as mudanças cerebrais observadas em indivíduos que praticam ioga estão associadas a um melhor desempenho em testes cognitivos ou medidas de regulação emocional. A descoberta de que a ioga pode ter efeitos semelhantes aos exercícios aeróbicos no cérebro é intrigante e merece mais estudos, disse Gothe. “A ioga não é aeróbica por natureza, então deve haver outros mecanismos que levam a essas mudanças cerebrais”, disse ela. “Até agora, não temos evidências para identificar quais são esses mecanismos.” Ela suspeita que melhorar a regulação emocional é a chave para os efeitos positivos da ioga no cérebro. Estudos associam o estresse em humanos e animais ao encolhimento do hipocampo e pior desempenho em testes de memória, por exemplo, disse ela. “Em um de meus estudos anteriores, estávamos observando como a ioga muda a resposta ao estresse do cortisol”, disse Gothe. “Descobrimos que aqueles que fizeram ioga por oito semanas tiveram uma resposta atenuada de cortisol ao estresse, que foi associada a um melhor desempenho em testes de tomada de decisão, troca de tarefas e atenção”. A ioga ajuda as pessoas com ou sem transtornos de ansiedade a controlar o estresse, disse Gothe. “A prática de ioga ajuda a melhorar a regulação emocional para reduzir o estresse, ansiedade e depressão”, disse ela. “E isso parece melhorar o funcionamento do cérebro.” Os pesquisadores dizem que há necessidade de mais – e mais rigorosas – pesquisas sobre os efeitos da ioga no cérebro. Eles recomendam grandes estudos de intervenção que envolvem os participantes em ioga por meses, combinam grupos de ioga com grupos de controle ativo e medem as mudanças no cérebro e no desempenho em testes cognitivos usando abordagens padrão que permitem comparações fáceis com outros tipos de exercício. “A ciência aponta que a ioga é benéfica para o funcionamento saudável do cérebro, mas precisamos de estudos de intervenção mais rigorosos e bem controlados para confirmar essas descobertas iniciais”, disse Damoiseaux. Gothe é afiliada do Instituto Beckman de Ciência e Tecnologia Avançada da U. de I. Damoiseaux é afiliada do Instituto de Gerontologia da WSU. SOBRE ESTE ARTIGO DE PESQUISA EM NEUROSCIENCE Fonte: Universidade de Illinois Contatos de mídia: Neha Gothe – Universidade de Illinois Fonte da imagem: A imagem é creditada a Neha Gothe. Pesquisa Original: Acesso aberto “Efeitos do Yoga na Saúde do Cérebro: Uma Revisão Sistemática da Literatura Atual”. Neha Gothe et al. Brain Plasticity doi: 10.3233 / BPL-190084. Resumo Efeitos do Yoga na Saúde do Cérebro: Uma Revisão Sistemática da Literatura Atual Yoga é a abordagem complementar de saúde mais popular praticada por adultos nos Estados Unidos. É uma prática antiga da mente e do corpo com origens na filosofia indiana. O Yoga combina posturas físicas, respiração rítmica e exercícios meditativos para oferecer aos praticantes

Faça uma aula de ioga e a depressão e a ansiedade melhorarão

55-2021 Fonte: Neuroscience / 13 de novembro de 2019 A intervenção do Yoga reduz os sintomas de depressão e ansiedade enquanto aumenta a sensação de positividade. Fonte: Escola de Medicina da Universidade de Boston Estudos científicos já apóiam a prática de ioga como meio de reduzir os sintomas de depressão e ansiedade. Agora, um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Boston (BUSM) fornece evidências de que ioga e exercícios respiratórios podem melhorar os sintomas de depressão e ansiedade em curto prazo – com cada sessão, bem como cumulativamente em longo prazo, ao longo de três meses. Publicadas online no Journal of Psychiatric Practice, essas descobertas sugerem que a ioga pode ser um tratamento complementar útil para a depressão clínica ou transtorno depressivo maior. Um grupo de 30 pacientes clinicamente deprimidos foi dividido aleatoriamente em dois grupos. Ambos os grupos se engajaram em lyengar yoga e respiração coerente, com a única diferença sendo o número de sessões de instrução e em casa em que cada grupo participou. Ao longo de três meses, o grupo de alta dose (HDG) passou 123 horas em sessões, enquanto o grupo de baixa dose (LDG) gastou 87 horas. Os resultados mostraram que dentro de um mês, a qualidade do sono de ambos os grupos melhorou significativamente. Tranquilidade, positividade, exaustão física e sintomas de ansiedade e depressão melhoraram significativamente em ambos os grupos, conforme medido por várias escalas clínicas validadas “Pense desta forma, damos medicamentos em diferentes doses a fim de exercer seus efeitos sobre o corpo em vários graus. Aqui, exploramos o mesmo conceito, mas usamos ioga. Chamamos isso de estudo de dosagem. Estudos anteriores sobre ioga e depressão não se aprofundaram nisso ”, explicou o autor correspondente, Chris Streeter, MD, professor associado de psiquiatria da BUSM.   “Fornecer dados baseados em evidências é útil para fazer com que mais pessoas experimentem ioga como uma estratégia para melhorar sua saúde e bem-estar. Esses dados são cruciais para acompanhar as investigações da neurobiologia subjacente que ajudarão a elucidar ‘como’ a ioga funciona ”, disse a colaboradora do estudo e coautora Marisa M. Silveri, PhD, neurocientista do Hospital McLean e professora associada de psiquiatria na Harvard Medical School. A depressão, uma condição que afeta um em cada sete adultos nos EUA em algum momento de suas vidas, é tratada com uma variedade de modalidades, incluindo aconselhamento (especialmente por meio de terapia cognitivo-comportamental) e medicação. A pesquisa mostrou que a combinação de terapia e medicação tem maior sucesso do que qualquer um dos tratamentos isoladamente. Embora estudos com mais participantes possam ser úteis para investigar seus benefícios, este pequeno estudo indica que adicionar ioga à prescrição pode ser útil. Financiamento: O financiamento para este estudo foi fornecido pelas bolsas R21AT004014 e R01AT007483 (CCS), M01RR00533 do Instituto de Ciências Clínicas e Translacionais da Universidade de Boston (CTSI) e U11RR025771 (Unidade de Pesquisa Clínica Geral no Centro Médico da Universidade de Boston) e K23AT008043 (MBN). Drs. Brown e Gerbarg ensinam e publicaram Breath-Body-Mind ©, um programa de múltiplos componentes que inclui respiração coerente. O Dr. Streeter é certificado para ensinar Breath-Body-Mind ©. Os outros autores declaram não haver conflitos de interesse. SOBRE ESTE ARTIGO DE PESQUISA EM NEUROCIÊNCIA Fonte: Escola de Medicina da Universidade de Boston Contatos de mídia: Gina DiGravio – Escola de Medicina da Universidade de Boston Fonte da imagem: A imagem é de domínio público. Pesquisa Original: Acesso fechado “Função Psicológica, Iyengar Yoga e Respiração Coerente: Um Estudo Randomizado de Dosagem Controlada”. Chris Streeter at al. Journal of Psychiatric Practice doi: 10.1097 / PRA.0000000000000435. Resumo: Função psicológica, Iyengar Yoga e respiração coerente: um estudo de dosagem controlado randomizado Antecedentes: As evidências sugerem que a ioga pode ser um tratamento eficaz para o transtorno depressivo maior (TDM). São necessários estudos que avaliem a “dosagem” do tratamento de ioga e a eficácia para o TDM. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos de uma intervenção combinando Iyengar ioga e respiração coerente em participantes com TDM e determinar a dose de intervenção ideal. Métodos: Trinta e dois participantes (18 a 65 anos de idade) com diagnóstico de TDM foram randomizados para um grupo de alta dose (HDG) ou um grupo de baixa dose (LDG) de ioga e respiração coerente por 12 semanas. O HDG (n = 15) envolveu três aulas de ioga de 90 minutos e quatro sessões de lição de casa de 30 minutos por semana. O LDG (n = 15) envolveu duas aulas de ioga de 90 minutos e três sessões de lição de casa de 30 minutos por semana. Os participantes foram avaliados no início do estudo, semana 4, semana 8 e semana 12 com os seguintes instrumentos: autoteste de positividade, inventário de ansiedade do estado de Spielberger, questionário de saúde do paciente-9, índice de qualidade do sono de Pittsburgh e inventário de sensação induzida por exercício. Os dados foram analisados ​​usando métodos de intenção de tratar. Resultados: Melhorias significativas em todas as medidas de resultados foram encontradas para ambos os grupos, com benefícios agudos e cumulativos. Embora o HDG tenha mostrado melhorias maiores em todas as escalas, as diferenças entre os grupos não alcançaram significância, possivelmente devido à falta de poder devido ao pequeno tamanho da amostra. Os minutos de ioga cumulativos foram correlacionados com a melhora nas medidas de resultados. Limitação: Este estudo de dosagem não incluiu um controle não-ioga. Conclusões: A melhora nos sintomas psicológicos está correlacionada com a prática cumulativa de ioga. Ambas as intervenções reduziram os sintomas de depressão e ansiedade e aumentaram os sentimentos de positividade. O compromisso de tempo para a prática de ioga deve ser pesado contra os benefícios ao projetar intervenções de ioga.

Vício em Internet e qualidade de vida: o papel do neuroticismo

Resumo: Pessoas com altos níveis de neuroticismo podem ser mais evitativas na vida diária como um mecanismo de enfrentamento, e isso pode comumente se manifestar em um vício em internet e mídia social. Fonte: Inderscience Publicado online em 29 de Abril de 2020 Qualidade de vida é um conceito antigo que remonta pelo menos a Aristóteles, embora o filósofo equiparasse uma vida boa ou fazer bem as tarefas com felicidade, em vez do que chamamos hoje de qualidade de vida. Fala-se muito de saúde mental e bem-estar hoje e dos supostos problemas de neuroticismo e comportamento viciante. Em nenhum lugar isso parece ser mais acentuado do que quando falamos sobre o vício em internet e como isso pode ser modulado pela personalidade do tipo neurótico e ser prejudicial à qualidade de vida. Escrevendo no International Journal of Behavioral and Healthcare Research, uma equipe do Irã discute exatamente como o chamado vício em internet pode afetar as pessoas com disposição neurótica e sua qualidade de vida. Fundamentalmente, seu estudo mostra que o neuroticismo como um traço de personalidade pode levar à evitação da vida cotidiana como um mecanismo de enfrentamento e isso é comumente manifestado na dependência e vício em internet e talvez mais obviamente na mídia social online. “Nossos resultados indicam que aqueles [alunos] com pontuação alta em neuroticismo são mais propensos a adotar um comportamento viciante, como o vício em internet”, escreve a equipe. Isso corrobora trabalhos independentes anteriores e também reforça a ideia de que o neuroticismo é geralmente acompanhado por uma evitação da comunicação face a face com outras pessoas. A internet e as mídias sociais online se prestam fortemente a esse comportamento. A equipe acrescenta que o uso excessivo da tecnologia necessária para se conectar com a internet – computadores e telefones celulares, por exemplo – muitas vezes não se prestam a uma postura adequada ou atividade física e em muitos casos levam a lesões por esforço repetitivo evitáveis, que podem ter um impacto negativo na qualidade de vida. Sobre este artigo de pesquisa em neurociência: Fonte: Inderscience Contatos de mídia: David Bradley – Inderscience Fonte da imagem: A imagem é de domínio público. Pesquisa Original: Acesso fechado “Neuroticismo e qualidade de vida: o papel mediador do vício em internet”. por Zahra Khayyer; Mohammd Ali Najinia; Reza Jafari Harandi. International Journal of Behavioral and Healthcare Research doi: 10.1504 / IJBHR.2019.106989 Resumo Neuroticismo e qualidade de vida: o papel mediador do vício em internet Parece que o número de usuários da Internet está aumentando constantemente. Principalmente os jovens mostram mais interesse em usar as redes sociais. Isso pode estar relacionado a certos traços de personalidade e pode afetar diferentes aspectos da qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi examinar o papel mediador do vício em internet no efeito do neuroticismo na qualidade de vida. Uma amostra de 500 alunos foi selecionada em três etapas. Depois de examinar os alunos com base nas escalas de Young’s Internet Addiction, Neuroticism e Quality of Life, finalmente 275 participantes foram selecionados para serem analisados. Nossos resultados revelaram um efeito indireto significativo do neuroticismo na qualidade de vida mediado pelo vício em internet (P <0,001). Em geral, pode-se concluir que o neuroticismo como um traço de personalidade pode causar uma tendência nos indivíduos para estratégias de enfrentamento evitativas, como comportamentos aditivos. Educar os indivíduos sobre estratégias de enfrentamento eficazes pode levar a uma melhoria na qualidade de vida.