Cientistas investigam como espiritualidade pode ajudar a saúde do corpo

Daniele Madureira De São Paulo para a BBC News Brasil 9 maio 2021 No Brasil, instituições respeitadas têm se dedicado a estudar o quanto a espiritualidade do paciente auxilia na cura de doenças físicas e psíquicas Raiva, rancor, orgulho, medo, egoísmo. Sentimentos comuns a todos os seres humanos podem estar no cerne de boa parte das doenças enfrentadas pela humanidade, segundo a própria medicina. Várias instituições no Brasil e no mundo vêm se dedicando a estudar até que ponto a saúde do indivíduo é influenciada, literalmente, pelo seu estado de espírito. No país, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP, por meio do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), têm investigado o quanto a espiritualidade (não necessariamente a religiosidade) do paciente auxilia na cura de doenças físicas e psíquicas – que podem ser agravadas a partir de sentimentos ruins e pensamentos destrutivos. Nos Estados Unidos, grandes instituições de ensino como a Escola de Medicina de Stanford, as Universidades Duke, a da Flórida, a do Texas e Columbia mantêm centros de estudos exclusivos sobre o assunto, assim como a Universidade de Munique, na Alemanha, a de Calgary, no Canadá, e o Royal College of Psychiatrists, no Reino Unido. Para os centros de pesquisa, há um conjunto de evidências que indicam que diversas expressões da espiritualidade têm impacto significativo na saúde e no bem-estar, associadas a menores níveis de mortalidade, depressão, suicídio, uso de drogas, ou mesmo internações e medicamentos. As instituições ressaltam que espiritualidade é diferente de religião: em tese, uma pessoa religiosa é espiritualizada; mas alguém espiritualizado não necessariamente segue uma religião – e pode até não acreditar em Deus. A espiritualidade estaria ligada à busca pessoal de um propósito de vida e de uma transcendência, envolvendo também as relações com a família, a sociedade e o ambiente. Perdão e gratidão no controle da pressão arterial “A espiritualidade é um estado mental e emocional que norteia atitudes, pensamentos, ações e reações nas circunstâncias da vida de relacionamento, sendo passível de observação e mensuração científica”, diz o médico Álvaro Avezum Júnior, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), professor do centro de cardiopneumologia da USP e do programa de doutorado do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Segundo ele, a espiritualidade é expressa através de crenças, valores, tradições e práticas. “Quem tem menos disposição ao perdão está mais disponível a enfrentar enfermidades coronárias”, diz o especialista, que também é diretor do Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Da mesma maneira, diz, a raiva acumulada pode levar à diabetes. Avezum é um dos principais estudiosos do país da relação entre espiritualidade e saúde. Esteve à frente da iniciativa da SBC em publicar, há dois anos, as Diretrizes Brasileiras Sobre Espiritualidade e Fatores Psicossociais, que integram o conjunto de prevenção cardiovascular. “A SBC foi a primeira sociedade de cardiologia do mundo a associar enfermidade moral a doença cardíaca, a partir de evidências científicas”, diz. Segundo ele, com intervenções baseadas em perdão e gratidão é possível controlar, por exemplo, a pressão arterial. “Mas não um perdão condicional, que mantém o ressentimento, e sim um perdão emocional, que muda o que se sente em relação ao agressor”, afirma. Relação entre profissionais da saúde e pacientes deve ser guiada pela empatia Agora seus estudos buscam ir além e entender a origem da doença. “Queremos mostrar que é possível prevenir a doença tratando a espiritualidade primeiro, por meio do perdão e da gratidão, além de reforçar outras atitudes positivas como solidariedade, compaixão, humildade, paciência, confiança e otimismo”, diz ele, que não se importa com eventuais céticos no meio científico. “Se alguém diz que isto não é ciência está sendo dogmático, porque escolhe o que investigar”. Até 2019, antes da pandemia do novo coronavírus, as doenças cardíacas eram a principal causa de morte entre adultos no Brasil. Foram 116.766 óbitos em 2019 relacionados aos males do coração, informa o Ministério da Saúde. Segundo Avezum, já existem artigos e estudos sobre espiritualidade e covid-19 no mundo (eram 110 até o último dia 25 de abril, segundo registros do buscador PubMed, da National Library of Medicine, dos Estados Unidos). Mas os resultados ainda são inconclusivos, diz. “Para combater o coronavírus, o melhor é não se expor e se valer da religiosidade e da fé para enfrentar os desafios do isolamento social”, afirma. “Vou morrer, doutor?” O interesse de Avezum no tema começou com o trabalho da médica americana Christina Puchalski que, desde 1996, procura inserir o componente espiritual no cuidado com os pacientes. Christina dirige o Instituto George Washington para Espiritualidade e Saúde (GWish), da Universidade George Washington. Ela defende que os médicos levantem o histórico espiritual do paciente para entendê-lo de forma integral. O objetivo é identificar as crenças e valores que realmente importam ao indivíduo, e como isso atua na forma como ele lida com a doença. “Se o paciente acredita que a meditação o acalma, o médico deve ter essa informação em mãos e recomendar que ele mantenha a prática, ao mesmo tempo em que toma a medicação”, diz o médico Frederico Leão, coordenador do Proser do IPq. “É preciso adotar a prática espiritual que esteja em harmonia com as crenças de cada um, porque isso vai contribuir para o tratamento”. Pesquisar o impacto dessas práticas na saúde mental dos pacientes é o foco do IPq, que também promove cursos sobre como o abordar o tema nos consultórios. Segundo Leão, até o início dos anos 2000, os médicos tinham muito receio em falar sobre o assunto, mesmo sendo o Brasil um país onde mais de 80% da população se declara cristã. “Muitos não sabiam – e talvez ainda não saibam – como fazer essa abordagem”, diz ele. “É o caso do cirurgião que, antes da cirurgia, pede para rezar um Pai Nosso com toda a equipe e
O movimento consciente pode diminuir o estresse e a ansiedade

Um novo estudo revela que a participação em exercícios de movimento consciente pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a sensação de tristeza. Fonte: Penn State. Dar uma caminhada pode ser uma boa oportunidade para revisar mentalmente sua lista de tarefas, mas usar o tempo para estar mais atento à sua respiração e ao ambiente pode ajudar a aumentar seu bem-estar, de acordo com os pesquisadores. Os pesquisadores descobriram que, embora os alunos relatassem estar menos estressados enquanto estavam em pé e em movimento, eles receberam um benefício ainda maior quando relataram estar mais atentos. Chih-Hsiang “Jason” Yang, um estudioso de pós-doutorado da University of Southern California que liderou o estudo enquanto fazia seu doutorado na Penn State, disse que os resultados sugerem uma maneira simples para as pessoas melhorarem seu bem-estar ao longo do dia. “Pode ser difícil pedir às pessoas que gastem muito tempo fazendo atividades moderadas ou vigorosas, indo à academia ou correndo, especialmente se elas se sentem estressadas”, disse Yang. “Mas se eles não precisam mudar seu comportamento diário e podem, em vez disso, tentar mudar seu estado de espírito tornando-se mais conscientes, eles provavelmente podem ver esse efeito benéfico. Você não precisa exercer muito esforço extra para melhorar seu bem-estar sendo mais cuidadoso enquanto se desloca. ” David Conroy, professor de cinesiologia da Penn State, também disse que as descobertas – publicadas recentemente na revista Psychology of Sports and Exercise – podem ajudar as pessoas que não são capazes de praticar exercícios extenuantes. “Se alguém está procurando uma maneira de gerenciar esses tipos de sentimentos, pode valer a pena tentar algum tipo de movimento consciente”, disse Conroy. “Esta opção pode ser especialmente benéfica para pessoas que não gostam de exercícios e preferem uma forma menos intensa de atividade física.” De acordo com a American College Health Association, mais da metade dos estudantes universitários experimenta ansiedade, tristeza ou exaustão mental pelo menos uma vez por ano, sugerindo a necessidade de uma maneira simples de reduzir esses estados negativos. Como os alunos costumam se movimentar ao longo do dia, enquanto caminham para a aula e realizam outras atividades, os pesquisadores queriam ver se havia uma conexão entre atenção plena, movimento e redução dos estados negativos. Os pesquisadores recrutaram 158 alunos da Penn State para o estudo. Durante duas semanas, um aplicativo especial para celular, chamado Paco, solicitou aleatoriamente aos participantes oito vezes por dia que respondessem a perguntas sobre suas atividades atuais e estados de espírito. Os prompts incluíam perguntas sobre onde o participante estava, se estava se movendo e se estava estressado ou ansioso, bem como perguntas destinadas a avaliar a atenção plena. Depois de analisar os dados, os pesquisadores descobriram que nos momentos em que os participantes estavam mais atentos ou ativos do que o normal, eles mostraram redução do afeto negativo. Eles também descobriram um possível efeito sinérgico quando as pessoas estavam atentas e ativas. “Quando as pessoas estavam mais atentas e mais ativas do que o normal, elas pareciam ter uma redução extra no afeto negativo”, disse Yang. “Ser mais ativo em um determinado momento já vai reduzir o afeto negativo, mas ao ser mais atento do que o normal ao mesmo tempo, você pode ver esse afeto amplificado.” Conroy disse que era interessante ver os padrões emergirem dentro dos participantes individuais, em vez de apenas comparar as pessoas que geralmente são mais atentas a pessoas que geralmente são menos atentas. “A maioria dos estudos nessa área enfocou as diferenças entre as pessoas que são mais e as que são menos conscientes, mas vimos que os estudantes universitários muitas vezes entram e saem de estados conscientes durante o dia”, disse Conroy. “Desenvolver a capacidade de mudar para esses estados de consciência conforme necessário pode ser valioso para melhorar a autorregulação e o bem-estar.” Para explorar melhor o papel causal da atenção plena nos estados negativos inferiores do ser, Yang concluiu um segundo estudo, no qual adultos mais velhos que participaram de uma atividade de atenção plena ao ar livre relataram seus sentimentos de estresse, ansiedade e depressão. Yang descobriu que andar atento estava associado a níveis mais baixos desses sentimentos. Os pesquisadores disseram que, no futuro, estudos que coletam dados mais objetivos – como a coleta de informações sobre a atividade física usando acelerômetros – e incluem populações mais variadas podem ser úteis. SOBRE ESTE ARTIGO DE PESQUISA EM NEUROCIÊNCIA Fonte: Katie Bohn – Penn State Editor: Organizado por NeuroscienceNews.com. Fonte da imagem: A imagem da NeuroscienceNews.com é de domínio público. Pesquisa Original: Resumo para “O afeto negativo momentâneo é menor durante o movimento consciente do que sentado: um estudo de amostragem de experiência” por Chih-Hsiang Yang e David E. Conroy em Psicologia do Esporte e Exercício. Publicado em 9 de maio de 2018. doi: 10.1016 / j.psychsport.2018.05.003 Resumo O afeto negativo momentâneo é menor durante o movimento consciente do que sentado: um estudo de amostragem de experiência Fundo Os comportamentos baseados no movimento e a atenção plena podem diminuir muitos aspectos do afeto negativo (por exemplo, estresse, ansiedade, depressão). Não está claro se a atenção plena durante a vigília, comportamentos baseados em movimento (por exemplo, mover-se, ficar em pé, sentar) influencia as associações entre esses comportamentos baseados em movimento e afeto negativo. Objetivo Este estudo testou se a atenção plena situacional moderou associações entre (1) comportamento usual de se mover / ficar de pé e afeto negativo ou (2) comportamento momentâneo de se mover / ficar de pé e afeto negativo. Projeto Um estudo de amostragem de experiência de 14 dias baseado em smartphone foi conduzido para avaliar comportamentos baseados em movimentos e experiências subjetivas de estudantes universitários. Método Um modelo multinível foi estimado para prever o efeito negativo momentâneo de uma variedade de preditores, incluindo a interação entre atenção plena e comportamentos baseados em movimento. Resultados O afeto negativo momentâneo dos participantes foi menor ao se mover (versus sentar) se eles estivessem mais atentos do que o normal naquele momento (b = 0,10, p <0,001). As pessoas também
Como o cérebro gera ritmo respiratório

Trazer um suprimento constante de ar fresco para os pulmões pode parecer uma tarefa simples, mas respirar é uma orquestração cuidadosa do cérebro e do corpo. Doenças como síndrome de Rett, apnéia central do sono e síndrome de hipoventilação central congênita são caracterizadas por dificuldades respiratórias que podem ser causadas por disfunção no centro respiratório do cérebro. Agora, os cientistas da Drexel introduziram um novo conceito de como o cérebro está envolvido nesta função essencial, fornecendo uma nova visão sobre como os distúrbios respiratórios podem ser tratados no futuro. O tronco cerebral, que conecta o cérebro à medula espinhal, gera o ritmo respiratório e controla sua taxa, dependendo das demandas do corpo. Embora esse processo normalmente ocorra de forma automática, também podemos controlar nossa respiração voluntariamente, como ao falar ou comer. Vinte e cinco anos atrás, um agrupamento de neurônios dentro do tronco cerebral, chamado de complexo pré-Bötzinger (pré-BötC), foi identificado como a fonte provável da inalação rítmica. Após essa descoberta, os pesquisadores passaram anos tentando entender como o pré-BötC opera. “Para qualquer processo biológico cíclico, você precisa de algum mecanismo que gere um ritmo, e então esse ritmo é traduzido em um padrão motor. Como exatamente o pré-BötC gera esse ritmo permanece um mistério ”, disse Bartholomew Bacak, PhD, pesquisador da Escola de Engenharia Biomédica, Ciência e Sistemas de Saúde e estudante de MD na Faculdade de Medicina. Duas décadas após a descoberta do pré-BötC, os cientistas levantaram a hipótese de que dois sistemas distintos no cérebro interagem para iniciar a respiração: uma camada “geradora de ritmo” composta de neurônios de alta frequência e uma camada “formadora de padrões”, que sinaliza o o diafragma se contrai e os pulmões se enchem de ar. Usando uma série de modelos computacionais, os pesquisadores da Drexel no Laboratório de Neurociência Teórica e Computacional, sob a liderança de Ilya Rybak, PhD, são os primeiros a desafiar esse paradigma. Seu estudo, publicado recentemente na revista eLife, sugere que as oscilações de modo misto no pré-BötC – ou movimentos regulares para frente e para trás – resultam de sincronizações de muitos neurônios com diferentes níveis de excitabilidade. Neurônios com baixa excitabilidade têm baixas frequências de burst, mas geram forte atividade e recrutam outros neurônios, produzindo, em última instância, os bursts de grande amplitude que causam a respiração. A descoberta pode ter implicações importantes para a nossa compreensão do controle da respiração do cérebro. As descobertas podem, em última análise, impactar como os cientistas e médicos tratam distúrbios respiratórios. Muitas outras partes do sistema nervoso também contêm redes de neurônios com excitabilidade diversa. Um desafio para estudos futuros é investigar se redes semelhantes às do complexo pré-BötC geram os ritmos que controlam outras ações repetitivas, como caminhar e mastigar. SOBRE ESTA PESQUISA EM NEUROSCIENCE Financiamento: Financiamento fornecido pelo NIH / Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame. Fonte: Lauren Ingeno – Drexel University Crédito da imagem: A imagem é de domínio público. Pesquisa original: Resumo para “Oscilações de modo misto e explosão populacional no complexo pré-Bӧtzinger” por Bartholomew J Bacak, Taegyo Kim, Jeffrey C Smith, Jonathan E Rubin e Ilya A Rybak em eLife. Publicado online em 14 de março de 2016 doi: 10.7554 / eLife.13403 Resumo Oscilações de modo misto e explosão populacional no complexo pré-Bӧtzinger Este estudo se concentra em investigações computacionais e teóricas da atividade neuronal originada no complexo pré-Bӧtzinger (pré-BӧtC), uma região medular que gera a fase inspiratória da respiração em mamíferos. Um aumento progressivo da excitabilidade neuronal em cortes medulares contendo o pré-BӧtC produz oscilações de modo misto (MMOs) caracterizadas por bursts de população de grande amplitude alternados com uma série de bursts de pequena amplitude. Usando dois modelos computacionais diferentes, demonstramos que MMOs emergem dentro de uma rede neural excitatória heterogênea por causa do recrutamento neuronal progressivo e sincronização. O padrão MMO depende da excitabilidade neuronal distribuída, da densidade e pesos das interconexões de rede e das propriedades celulares subjacentes ao bursting endógeno. Criticamente, o último deve fornecer uma redução da frequência de pico dentro de bursts neuronais com aumento da frequência de burst e uma dependência do período de recuperação pós-burst na amplitude do burst. Nosso estudo destaca um novo mecanismo pelo qual a heterogeneidade leva naturalmente a uma dinâmica complexa em populações neuronais rítmicas. “Oscilações de modo misto e explosão populacional no complexo pré-Bӧtzinger” por Bartholomew J Bacak, Taegyo Kim, Jeffrey C Smith, Jonathan E Rubin e Ilya A Rybak em eLife. Publicado online em 14 de março de 2016 doi: 10.7554 / eLife.13403 — English Version How the brain generates respiratory rhythm Neuroscience April 19, 2016 Bringing a steady supply of fresh air to the lungs can seem like a simple task, but breathing is a careful orchestration of brain and body. Diseases like Rett syndrome, central sleep apnea and congenital central hypoventilation syndrome are characterized by breathing difficulties that may be caused by dysfunction in the brain’s breathing center. Now, Drexel scientists have introduced a new concept of how the brain is involved in this essential function, providing new insight into how breathing disorders could be treated in the future. The brainstem, which connects the brain with the spinal cord, generates the breathing rhythm and controls its rate, depending on the body’s demands. While this process normally occurs automatically, we can also control our breathing voluntarily, such as when speaking or eating. Twenty-five years ago, a cluster of neurons within the brainstem, called the pre-Bötzinger complex (pre-BötC), was identified as the likely source of rhythmic inhalation. Following this breakthrough, researchers have spent years attempting to understand how the pre-BötC operates. “For any cyclical biologic process, you need some mechanism that generates a rhythm, and then that rhythm is translated to a motor pattern. How exactly the pre-BötC generates that rhythm has remained a mystery,” said Bartholomew Bacak, PhD, a researcher in the School of Biomedical Engineering, Science and Health Systems, and an MD student in the College of Medicine. Two decades after the discovery of the pre-BötC, scientists hypothesized that two distinct systems in the
Vamos Respirar?

Respirar Por quê? 70-2022 Antes de iniciar a leitura deste texto, respire algumas vezes profundamente….sinta o Ar nas suas narinas… Sinta o movimento que o seu corpo faz quando respira…E preste atenção no seu corpo respirando.. A Respiração é essencial para estarmos vivos… Ficamos dias sem comer, sem beber água, mas, sem respirar, sobrevivemos apenas poucos minutos… Respirar é um movimento constante que traz e leva nutrientes, informações e partículas que ainda pouco temos conhecimento e pouco exploramos. O TODO respira através da Unidade e a Unidade respira através do TODO. A responsabilidade que cada pessoa assume sobre a própria Respiração pode ser igual à responsabilidade que assumimos pelo planeta Terra, o nosso planeta Humanidade. Cada pessoa que respirar melhor, com mais qualidade, com consciência, e ciência da abrangência da respiração, trará mais saúde para o Planeta Terra, para o Planeta Humano. Através da respiração abrimos canais de conexão conosco, facilitamos o desenvolvimento de nossas capacidades e ampliamos nossas possibilidades de evolução e expansão de nossa consciência. Posso compartilhar com você muitas técnicas e conhecimento sobre respiração, assim como a abrangência deste movimento, mas APENAS VOCÊ pode respirar por você, apenas você consegue perceber-se respirando com profundidade, e só você sente os efeitos em você de uma boa respiração. Respirar é simples e complexo, é o movimento da vida, do prana, de Deus. Abrange todas as nossas camadas. Todos os aspectos que o ser humano engloba estão em movimento durante a respiração. A cura de doenças emocionais, físicas e bloqueios energéticos pode ser realizada através de exercícios respiratórios. A prática da respiração consciente todos os dias, por alguns minutos, traz a experiência de preenchimento, conhecimento de si mesmo, transformação contínua, sabedoria intrínseca, onde ela por si só é vida na sua essência. Maria Eugênia Anjos
Menos estresse, mais competência social

Fonte: Neuroscience 6 Outubro, 2017 A atenção plena e a meditação podem afetar a plasticidade do cérebro, resultando na capacidade dos adultos de adquirir novas habilidades sociais, relatam os pesquisadores. Estudo: Instituto Max Planck. O cérebro humano é capaz de mudar e se adaptar a novas condições ao longo da vida. Os cientistas se referem a essa capacidade como plasticidade. Até recentemente, não estava claro até que ponto as áreas do cérebro que controlam o comportamento social também possuem essa capacidade. Para descobrir, uma equipe de pesquisa liderada por Tania Singer, Diretora do Instituto Max Planck de Ciências do Cérebro e Cognitiva Humana, desenvolveu métodos para treinar habilidades sociais e mediu seus efeitos sobre o comportamento dos sujeitos do estudo, suas estruturas cerebrais e seu equilíbrio hormonal. Duas descobertas importantes foram publicadas na revista Science Advances. A meditação é benéfica para o corpo e a mente. Embora isso possa parecer banal, na verdade foi demonstrado em vários estudos sobre os efeitos do treinamento da atenção plena. No entanto, os termos meditação e atenção plena cobrem uma gama de técnicas mentais que visam cultivar uma ampla gama de habilidades. Apesar do crescente interesse na pesquisa de meditação, ainda não está claro quais técnicas de treinamento mental são particularmente adequadas para aumentar a consciência e a atenção plena, bem como habilidades sociais, como compaixão e tomada de perspectiva cognitiva. Outra questão fundamental diz respeito à extensão em que esses vários métodos de treinamento mental levam a mudanças estruturais do cérebro nas redes neurais subjacentes às habilidades exercidas em adultos. Também não se sabe quais técnicas mentais reduzem o estresse psicossocial de forma mais eficaz no nível hormonal. Para encontrar respostas para todas essas perguntas, uma equipe de pesquisadores do Departamento de Ciências Sociais do Cérebro do Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e do Cérebro em Leipzig, liderada por Tania Singer, investigou como várias técnicas de meditação para desenvolver habilidades mentais e sociais afetam o cérebro e o corpo. Para o projeto de pesquisa em grande escala, denominado ReSource, Tania Singer, junto com especialistas internacionais, desenvolveu três sessões de treinamento de três meses, cada uma concentrando-se em uma área de habilidade específica. O primeiro módulo enfocou os fatores de consciência e atenção plena. Durante os exercícios clássicos de meditação usados neste módulo, os sujeitos, cada um por si, praticavam focalizando exclusivamente a respiração, impressões sensoriais ou partes específicas do corpo. O segundo módulo deu atenção especial às conhecidas como habilidades socioafetivas, como compaixão, gratidão e lidar com emoções difíceis. O especial deste módulo é que, em contraste com os exercícios de atenção plena, foi usada uma nova técnica na qual duas pessoas treinam juntas. Nos exercícios com parceiros, conhecidos como díades contemplativas, os sujeitos se concentraram em compartilhar suas emoções para treinar a proximidade, a gratidão, a empatia e a capacidade de lidar com os fatores de estresse do dia-a-dia. No terceiro módulo, os participantes cultivaram suas habilidades sociais – ou mais precisamente suas habilidades sócio-cognitivas – em particular sua capacidade de assumir perspectivas, ou seja, ter uma visão panorâmica de seus próprios processos de pensamento e dos outros. Aqui, também, os participantes treinaram em díades, além de fazer exercícios clássicos de meditação. Para esse fim, eles assumiram o papel de uma das partes internas de sua personalidade em sua mente – seja a mãe preocupada, a criança curiosa ou o juiz estrito – e descreveram uma situação da perspectiva dessa parte da personalidade. Assim, enquanto o falante praticava a autocompreensão, o ouvinte praticava mudar para a perspectiva e o mundo cognitivo de outra pessoa. O conceito de partes internas da personalidade está relacionado ao trabalho de Richard Schwarz, que idealizou o modelo do “sistema familiar interno”, que pressupõe a presença de uma infinidade de partes internas da personalidade em cada indivíduo. Sob a orientação dos treinadores, os participantes desenvolveram suas partes de personalidade como base para o treinamento. Os participantes realizaram os exercícios 30 minutos por dia, seis dias por semana. Depois de cada uma das três unidades, os pesquisadores testaram as mudanças comportamentais induzidas pelo treinamento dos participantes. Eles também mediram mudanças na estrutura do cérebro por meio de ressonância magnética (MRI) e verificaram o sistema de estresse por meio de vários biomarcadores, como os níveis do hormônio do estresse cortisol na saliva. Cada técnica tem seus próprios efeitos na plasticidade do cérebro E de fato: “Dependendo do método de treinamento mental usado por três meses, a estrutura do cérebro nas áreas associadas, bem como os comportamentos relacionados, mudaram. Após o primeiro módulo de treinamento, os sujeitos apresentaram crescimento do córtex cerebral nas áreas responsáveis pela atenção plena. Ao mesmo tempo, sua atenção plena melhorou nos testes de computador. No entanto, sua compaixão e capacidade de mudar as perspectivas não aumentaram. Este último exigia os módulos de treinamento social ”, explica Sofie Valk, autora principal da publicação original, publicada na revista Science Advances. “Nos dois outros módulos, que treinaram habilidades socioemocionais ou sociocognitivas, observamos que a compaixão ou a tomada de perspectiva cognitiva foram seletivamente aprimoradas e que essas habilidades sociais aprimoradas foram associadas com o aumento da espessura do córtex nas regiões que processam a compaixão ou mudanças de perspectiva ”, diz o pesquisador holandês. “Embora as pesquisas sobre a plasticidade do cérebro, ou seja, sua capacidade de mudança, sempre tenham desempenhado um papel central nas neurociências, muito pouco se sabia sobre a plasticidade do cérebro social”, explica Tania Singer, chefe do projeto ReSource. “Nossas descobertas agora mostram claramente que o treinamento mental diário curto e direcionado ainda pode causar mudanças estruturais no cérebro adulto, o que por sua vez leva a uma melhoria na inteligência social. Uma vez que atributos como empatia, compaixão e tomada de perspectiva são essenciais para interações sociais bem-sucedidas, resolução de conflitos e cooperação, essas descobertas podem ser altamente relevantes para nosso sistema educacional. ” O estresse também diminuiu dependendo do método As várias formas de treinamento mental parecem ter efeitos diferentes não apenas no cérebro, mas também nos níveis de estresse. “Descobrimos
A pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo

Os Domingos Precisam de Feriados Toda Sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação. Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo. A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue. Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta. Hoje, o tempo de ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo… Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim. Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o Domingo de um feriado… Nossos namorados querem ‘ficar’, trocando o ‘ser’ pelo ‘estar’. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI um dia seremos nossos? Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos… Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção. O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é ‘o que vamos fazer hoje?’ já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo. Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande ‘radical livre’ que envelhece nossa alegria o sonho de fazer do tempo uma mercadoria. Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar. Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído. Texto do Rabino Nilton Bonder