Sensível repouso

33-2020 TEXTO SIBELE OLIVEIRA DATA: 30/04/2020 Revista: Vida Simples O sono é mais do que um tempo para o corpo e a mente descansarem. A sua qualidade (ou não) é um ressoar da nossa voz interna. Saiba ouvi-la Sempre vi uma boa noite de sono como um remédio para os problemas da vida. Não importava o que estivesse passando, tinha a esperança de que acordaria com uma solução. Para mim, esse tempo de descanso sempre foi um bom conselheiro. Mas, mesmo sendo parte da natureza humana, nem sempre ele ocupa o lugar que merece em nossas vidas. Temos a mania de inventar coisas demais para fazer, e com isso nos vemos obrigados a esticar o dia para dar conta de todas elas. Sem perceber, vamos, aos poucos, encurtando o nosso tempo de descanso. É dessa falta de cuidado que podem surgir a insônia, o sono agitado, o acordar durante a madrugada, a sensação de ter passado a noite em claro mesmo depois de dormir bastante… A conta sempre chega no dia seguinte. “O sono diz se estamos equilibrados ou não, pois é muito sensível aos sofrimentos físico e psicológico. Ele traz o retrato da nossa história”, resume Karina Haddad, psicoterapeuta do Instituto do Sono de São Paulo. Ele é um espelho que reflete com nitidez o que estamos vivendo e sentindo, inclusive as nossas emoções mais escondidas. “Tudo equilibra ou desequilibra junto. Todos os trancos que enfrentamos na vida, tudo o que vivemos de alguma forma afeta corpo e mente”, diz Karina Haddad. Não negue repouso ao corpo Um dos grandes erros que cometemos é quando tentamos controlar o sono. Ao agir assim, deixamos de prestar atenção ao relógio interno, cujos ponteiros marcam a hora do descanso com exatidão. Esse medidor que nasce com a gente é conhecido pela ciência como ciclo circadiano, um processo biológico que leva cerca de 24 horas e comanda o ritmo da nossa existência. Influenciado pela luz, temperatura, movimento das marés, dos ventos, do dia e da noite, é ele quem nos avisa a hora certa de dormir e acordar. Quando estamos dessincronizados com o nosso relógio natural, nos desencontramos de nós mesmos. No livro Por Que Nós Dormimos (Intrinseca), o neurocientista e psicólogo Matthew Walker fala da bagunça que fazemos com os horários quando transbordam estímulos para a nossa mente, e de como isso é nocivo. “Meia-noite não é mais o ‘meio da noite’. Para muitos de nós, meia-noite em geral é a hora em que pensamos em checar a caixa de e-mails uma última vez. Para agravar o problema, não dormimos mais pela manhã para compensar o horário mais tardio do início do sono”, escreve. Negar repouso ao corpo é abrir a porta para problemas emocionais, como ansiedade, depressão e síndrome do pânico, além de alterações hormonais e doenças físicas. E pode ser bem trabalhoso encontrar o caminho de volta para o sono reparador, principalmente quando não conseguimos silenciar os pensamentos. Karina diz que o barulho interno de quem tem uma “mente tagarela” aumenta ao cair da tarde e faz com que a pessoa fique alerta o tempo todo. É um barulho tão alto que abafa os sentidos. “Nossos corpos ficam deslocados no tempo e descolados do ser. E o sentir acaba sendo ignorado.” Paz para dormir Enquanto fazia uma pesquisa para esta reportagem, um depoimento que vi na internet me chamou a atenção. Nele, a psicóloga portuguesa Teresa Sousa contou a uma blogueira que dormia tão mal na infância que seus pais não quiseram ter outros filhos. Com o tempo, ela conseguiu fazer as pazes com o sono, mas muitas crianças que têm um início de vida parecido com o dela crescem carregando essa dificuldade. “A chance do bebê que dorme mal ser um adulto que dorme mal é maior do que o bebê que dorme bem”, afirma Renata Soifer Kraiser, psicóloga e autora do livro O Sono do Meu Bebê (CMS). Crianças pequenas são muito sensíveis e costumam expressar sofrimentos e contrariedades resistindo ao sono. “O bebê sente tudo, até na barriga da mãe. Ele responde, inclusive. E o sono é uma das primeiras funções que denunciam que tem alguma coisa importante acontecendo”, comenta Renata. O bebê percebe a angústia dos pais para que ele durma, a ausência de uma rotina tranquila ou de segurança emocional em casa. É nessa fase que cada um desenvolve sua autonomia em relação ao sono e precisa ter a chance de dormir sozinho. Muitas vezes esse desconhecido que é fechar os olhos e não ver mais nada assusta. Quem não conhece pessoas que precisam fazer rituais para ter um relaxamento profundo? Precisar de algum tipo de ajuda para dormir é um comportamento que pode atravessar a infância e ser cimentado na idade adulta. Por trás dessa dependência geralmente há medo, insegurança ou traumas do passado. A nossa resistência em se entregar à escuridão também pode ser uma tentativa de controlar o que não está ao nosso alcance. Com isso, desaprendemos a soltar a mente e não damos liberdade para o sono chegar. Ganhos ao dormir bem Quando o sono já não é o mesmo, muitos de nós corremos para a farmácia à procura de remédios e invenções que prometem nos fazer dormir como anjos. O problema é que eles não são milagrosos. “O vazio da existência, as dores da nossa alma acabam sendo preenchidos por receituários médicos. É a busca pela fórmula mágica. Por viver sem fazer nenhum esforço”, observa Karina. Esse olhar para dentro é o que mais ajuda a reencontrar o sono perdido, e há muitas maneiras de fazer isso. Desacelerar à noite, deixar o celular de lado, esvaziar a mente de preocupações e escutar a própria respiração é um bom começo – além de tratamentos naturais que estimulem um reequilíbrio entre corpo e mente, como acupuntura, massagens e meditação. Matthew Walker resume os ganhos que temos ao dormir bem. “Já é hora de reivindicarmos nosso direito a uma noite inteira de sono sem constrangimento ou o estigma prejudicial da preguiça. Ao

Déficits de memória e plasticidade sinápticos resgatadas em modelo de Alzheimer

Fonte: Pesquisa da Universidade Tiradentes “Bioeconomia e Transformação Social” em 04 a 08 de novembro de 2019 ISSN: 1807-2518 Tiradentes/Biomedicina/Aracaju/SE. 9.06.00.00-2- Biomedicina; 4.01.01.07-0-Neurologia; 4.00.00.00-1- Ciências da Saúde RESUMO DÉFICITS DE MEMÓRIA E PLASTICIDADE SINÁPTICOS RESGATADAS EM MODELOS DE ALZHEIMER VINCULADOS A MIOCINA ESTIMULADA AO EXERCÍCIO FÍSICO Introdução: A doença do Alzheimer (DA), é uma patologia neurodegenerativa causada pela morte progressiva de células cerebrais, prejudicando funções como memória, atenção, orientação e linguagem. A doença não tem cura. Irisina foi recentemente identificada como uma miocina na prática de exercício físico, que é capaz de dourar estimulante do adipócito e termogênese em ratos e seres humanos, produto de clivagem derivado de FNDC5. Falha de vias de sinalização iniciadas pelo hormônio tem sido associada com distúrbios cerebrais, incluindo AD. FNDC5/Irisina estimula a expressão do fator neurotrófico derivado do cérebro no hipocampo, uma região do cérebro centralmente envolvida na aprendizagem e memória, podendo ser um hormônio mediador chave dos efeitos benéficos do exercício na plasticidade sináptica e memória em modelos de AD, assim mantendo a promessa como um potencial alvo para intervenção terapêutica. Dessa forma, FNDC5/Irisina poderia desempenhar um papel de neuroprotetor em distúrbios cerebrais. Objetivos: Avaliar os níveis de FNDC5/Irisina nos cérebros de pacientes com Alzheimer, utilizando uma analogia com espécimes de murinos, assim como investigar se a reposição desse hormônio, em animais, seria eficiente na melhora da memória. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura realizada nas bases de dados e revistas Lilacs, Scielo, NatureMedicine e PubMed. Tendo o seguinte critério de inclusão: 18 Artigos selecionados à partir das palavras chaves, excluídos aqueles do ano de publicação antecedente da última década. Resultados: Foi observado que roedores foram testados através três circuitos para avaliação do desenvolvimento da DA. O primeiro circuito consistia em uma identificação de blocos de montar, as cobaias modificadas obtiveram um tempo maior. No segundo circuito foi montado uma plataforma em labirinto submersa em água, os afetados demoravam mais tempo ou até mesmo não encontravam a saída. O último circuito foi estimulador da dor, proveniente de choques efetuados em um determinado compartimento, quando os espécimes voltavam a esse compartimento as que não tinham DA efetuavam um comportamento de repouso extremo, “congelados”, ademais, os doentes permaneciam tranquilos. Após o término dos testes, os camundongos que possuíam DA foram instigados a exercícios físicos e a aplicações do hormônio irisina para repor a quantidade que a patologia apresentava. Em seguida os testes foram refeitos. A reposição do hormônio através dos exercícios físicos e das aplicações demostraram uma melhora na capacidade de retenção de lembranças nos camundongos. Conclusão: A contribuição do estudo está relacionada aos testes feitos em camundongos com a doença, que produziam o hormônio ao fazer exercícios ou recebiam doses dele. Existem baixos níveis de irisina no cérebro de pacientes afetados pelo Alzheimer. Essa mesma deficiência foi vista nos camundongos que foram usados como modelo no estudo. A reposição dos níveis de irisina no cérebro, inclusive por meio de exercícios físicos, foi capaz de reverter a perda de memória dos camundongos afetados pelo Alzheimer. PALAVRAS-CHAVE: Alzheimer, FNDC5, Sinápticos de plasticidade. (2019).

Covid-19: A Retomada da rotina

Conversei com Priscila Jin, que está vivendo na China desde o início da pandemia, e neste bate-papo de 20 minutos, ela compartilha conosco como está sendo a retomada da rotina neste período.

Dieta Mediterrânea pode ajudar a preservar a função cognitiva

Fonte: Neuroscience 14 abril 2020 Seguir uma dieta mediterrânea com maior aderência foi associada ao menor risco de comprometimento cognitivo. O alto consumo de peixe e vegetais parecia ter o maior efeito protetor contra o declínio cognitivo. Fonte: NIH / NEI De acordo com uma análise recente de dados de dois importantes estudos sobre doenças oculares, a adesão à dieta mediterrânea – rica em vegetais, grãos integrais, peixe e azeite – se correlaciona com a função cognitiva mais alta. Os fatores alimentares também parecem ter um papel na desaceleração do declínio cognitivo. Pesquisadores do National Eye Institute (NEI), parte dos Institutos Nacionais de Saúde, lideraram a análise dos dados do Estudo sobre doenças oculares relacionadas à idade (AREDS) e AREDS2. Eles publicaram seus resultados hoje na revista Alzheimer’s and Dementia. “Nem sempre prestamos atenção às nossas dietas. Precisamos explorar como a nutrição afeta o cérebro e os olhos ”, disse Emily Chew, M.D., diretora da Divisão NEI de Epidemiologia e Aplicações Clínicas e principal autora dos estudos. Os pesquisadores examinaram os efeitos de nove componentes da dieta mediterrânea na cognição. A dieta enfatiza o consumo de frutas integrais, vegetais, grãos integrais, nozes, legumes, peixe e azeite, bem como o consumo reduzido de carne vermelha e álcool. AREDS e AREDS2 avaliaram ao longo dos anos o efeito das vitaminas na degeneração macular relacionada à idade (DMRI), que danifica a retina sensível à luz. O AREDS incluiu cerca de 4.000 participantes com e sem AMD, e o AREDS2 incluiu cerca de 4.000 participantes com a AMD. Os pesquisadores avaliaram os participantes do AREDS e do AREDS2 quanto à dieta no início dos estudos. O estudo da AREDS testou a função cognitiva dos participantes aos cinco anos, enquanto o AREDS2 testou a função cognitiva dos participantes na linha de base e novamente dois, quatro e 10 anos depois. Os pesquisadores usaram testes padronizados baseados no Mini Exame do Estado Mental Modificado para avaliar a função cognitiva, bem como outros testes. Eles avaliaram a dieta com um questionário que perguntou aos participantes o consumo médio de cada componente da dieta mediterrânea no ano anterior. Os participantes com maior adesão à dieta mediterrânea tiveram o menor risco de comprometimento cognitivo. O alto consumo de peixe e vegetais parecia ter o maior efeito protetor. Aos 10 anos, os participantes do AREDS2 com maior consumo de peixe tiveram a menor taxa de declínio cognitivo. As diferenças numéricas nas pontuações da função cognitiva entre os participantes com maior ou menor aderência à dieta mediterrânea foram relativamente pequenas, o que significa que os indivíduos provavelmente não verão diferença na função diária. Mas no nível populacional, os efeitos mostram claramente que a cognição e a saúde neural dependem da dieta. Resumo Os pesquisadores também descobriram que os participantes com o gene ApoE, que os colocam em alto risco para a doença de Alzheimer, tiveram, em média, escores mais baixos de função cognitiva e maior declínio do que aqueles sem o gene. Os benefícios da estreita adesão à dieta mediterrânea foram semelhantes para pessoas com e sem o gene ApoE, o que significa que os efeitos da dieta na cognição são independentes do risco genético para a doença de Alzheimer. Financiamento: Os estudos AREDS e AREDS2 foram apoiados pelo Programa de Pesquisa Intramural da NEI e contratos NOI-EY-0-2127 (AREDS), HHS-N-260-2005-00007-C (AREDS2) e N01-EY-5- 0007 (AREDS2). Fundos de pesquisa adicionais foram fornecidos pelo NIH Office of Dietary Supplements, pelo Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa, pelo Instituto Nacional do Envelhecimento, pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue e pelo Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame. O estudo AREDS está registrado em http://www.ClinicalTrials.gov como NCT00594672. AREDS2 está registrado como NCT00345176. Os estudos foram realizados no NIH Clinical Center. Sobre este artigo de pesquisa em neurociência Fonte: NIH / NEI Contatos de mídia: Lesley Earl – NIH / NEI Fonte da imagem: A imagem está em domínio público. Pesquisa original: Acesso aberto “Adesão a uma dieta mediterrânea e função cognitiva nos estudos sobre doenças oculares relacionados à idade 1 e 2”. por Keenan TD, Agron E, Mares J, Clemons TE, van Asten F, Swaroop A e Chew E, para os grupos de pesquisa AREDS e AREDS2. Alzheimer e Dementiadoi: 10.1016 / j.diabres. Adesão a uma dieta mediterrânea e função cognitiva nos estudos sobre doenças oculares relacionados à idade 1 e 2 Introdução O objetivo foi determinar se uma adesão mais próxima à dieta mediterrânea alternativa (aMED) estava associada à função cognitiva alterada. Métodos Análises observacionais dos participantes (n = 7.756) inscritos em dois ensaios clínicos randomizados de suplementos nutricionais para degeneração macular relacionada à idade: Estudo sobre doenças oculares relacionadas à idade (AREDS) e AREDS2. Resultados As razões de chances de comprometimento cognitivo, no aMED tercil 3 (vs 1), foram 0,36 (P = 0,0001) para o Mini-Estado Mental Modificado (<80) e 0,56 (P = 0,001) para a pontuação composta em AREDS e 0,56 para Entrevista por telefone Status cognitivo modificado (<30) e 0,48 para pontuação composta (cada P <0,0001) em AREDS2. A ingestão de peixes foi associada à maior função cognitiva. No AREDS2, a taxa de declínio cognitivo ao longo de 5 a 10 anos não foi significativamente diferente pelo aMED, mas foi significativamente mais lenta (P = 0,019) com maior consumo de peixe. Discussão Uma adesão mais próxima à dieta mediterrânea foi associada a menor risco de comprometimento cognitivo, mas não a um declínio mais lento da função cognitiva. O haplótipo da apolipoproteína E (APOE) não influenciou essas relações. Traduzido por Maria Eugênia Anjos ———————————————————————————————————————— English Version Diet may help preserve cognitive function According to a recent analysis of data from two major eye disease studies, adherence to the Mediterranean diet – high in vegetables, whole grains, fish, and olive oil – correlates with higher cognitive function. Dietary factors also seem to play a role in slowing cognitive decline. Researchers at the National Eye Institute (NEI), part of the National Institutes of Health, led the analysis of data from the Age-Related Eye Disease Study (AREDS) and AREDS2. They published

Estudo relata que você pode melhorar a consolidação da memória a longo prazo respirando pelo nariz

Fonte: Neuroscience Publicado em 22 de outubro de 2018 Respirar pelo nariz pode melhorar a transferência de experiência para a memória de longo prazo, afirma um estudo de adultos humanos publicado no Journal of Neuroscience. As descobertas aumentam as evidências crescentes da influência da respiração na percepção e cognição humanas. Com base em pesquisas anteriores em animais e seres humanos, Artin Arshamian e colegas compararam os efeitos da respiração nasal e pela boca durante um período de consolidação de uma hora após a exposição dos participantes a vários odores. Os respiradores nasais, cujas bocas foram tapadas durante o período de consolidação, mostraram um reconhecimento de odor aumentado em comparação aos respiradores pela boca, cujos narizes foram tapados durante a consolidação. Embora este estudo não tenha medido a atividade cerebral, os pesquisadores sugerem que a respiração nasal pode facilitar a comunicação entre as redes sensoriais e de memória, pois as memórias são repetidas e fortalecidas durante a consolidação. Esquema do paradigma experimental. O experimento consistiu em duas sessões separadas, cada uma incluindo uma fase de codificação, consolidação e reconhecimento. Na fase de codificação, os participantes foram presenteados com seis odores familiares (por exemplo, morango) e seis não familiares (por exemplo, 1-butanol), um de cada vez, e solicitados a lembrá-los. A familiaridade dos odores foi pré-definida e um novo conjunto de odores foi usado em cada sessão. Após a fase de codificação, os participantes descansaram passivamente sem dormir (fase de consolidação) por uma hora durante a qual respiraram pelo nariz (consolidação nasal) ou pela boca (consolidação da boca). Em seguida, durante a fase de reconhecimento de odores, os participantes foram novamente apresentados com os odores da fase de codificação, mas desta vez misturados com 12 novos odores (6 familiares e 6 familiares). Para cada odor, os participantes fizeram um julgamento de reconhecimento se o odor era novo ou antigo. Os participantes seguintes avaliaram a intensidade do odor, a simpatia, a familiaridade e a capacidade de nomeação, bem como tentaram identificar o odor. Durante a codificação e o reconhecimento, o fluxo de ar nasal foi monitorado por uma cânula nasal que possibilitou a medição dos parâmetros de cheirar durante a apresentação do odor. A imagem do NeuroscienceNews.com é creditada a Arshamian et al., JNeurosci (2018).  O estudo fornece evidências de que, além de seus efeitos na codificação e recuperação da memória, a respiração nasal também suporta a consolidação da memória. Financiamento: Financiamento fornecido pelo Conselho Sueco de Pesquisa, Organização Holandesa de Pesquisa Científica, Knut e Fundação Alice Wallenberg. Fonte: David Barnstone – SfN Editora: Organizado por NeuroscienceNews.com. Fonte da imagem: A imagem do NeuroscienceNews.com é creditada a Arshamian et al., JNeurosci (2018). Traduzido por Maria Eugênia Anjos ————- English Version Nose Breathing Enhances Memory Consolidation Journal of Neuroscience. Published October 22 2018.Summary: A new study reports you may be able to improve long term memory consolidation by simply breathing through your nose. Source: SfN. Breathing through the nose may improve the transfer of experience to long-term memory, finds a study of human adults published in Journal of Neuroscience. The findings add to growing evidence for the influence of respiration on human perception and cognition. Building on previous research in animals and humans, Artin Arshamian and colleagues compared the effects of nose breathing and mouse breathing during a one-hour consolidation period after participants were exposed to various odors. Nose breathers, whose mouths were taped over during the consolidation period, showed increased odor recognition compared to mouth breathers, whose noses were clipped during consolidation. Although this study did not measure brain activity, the researchers suggest that nose breathing may facilitate communication between sensory and memory networks as memories are replayed and strengthened during consolidation. Schematic of experimental paradigm. The experiment consisted of two separate sessions, each including an encoding, a consolidation, and a recognition phase. In the encoding phase, participants were presented with six familiar (e.g., strawberry) and six unfamiliar (e.g., 1-butanol) odors one at a time and asked to remember them. The odors familiarity was pre-defined and a new set of odors were used in each session. After the encoding phase, participants rested passively without sleeping (consolidation phase) for one hour during which they either breathed through their nose (nasal consolidation) or mouth (mouth consolidation). Next, during the odor recognition phase, participants were once again presented with the odors from the encoding phase but this time intermixed with 12 new odors (6 familiar and 6 unfamiliar odors). For each odor, participants made a recognition judgment if the odor was new or old. Next participants rated odor intensity, pleasantness, familiarity, and nameability, as well tried to identify the odor. During both encoding and recognition, nasal airflow was monitored by a nasal cannula which enabled measurement of sniff parameters during odor presentation. NeuroscienceNews.com image is credited to Arshamian et al., JNeurosci (2018). study provides evidence that, in addition to its effects on memory encoding and retrieval, nasal respiration also supports memory consolidation. Funding: Funding provided by Swedish Research Council, Netherlands Organization for Scientific Research, Knut and Alice Wallenberg Foundation. Source: David Barnstone – SfN Publisher: Organized by NeuroscienceNews.com. Image Source: NeuroscienceNews.com image is credited to Arshamian et al., JNeurosci (2018).

Como nossos cérebros criam um ritmo respiratório, que é único em todas as respirações.

Cada respiração começa com centenas de neurônios individuais disparando aleatoriamente em níveis baixos e sincronizando rapidamente. A sincronização solicita atividade que sinaliza a contração dos músculos do diafragma e do peito, causando expansão e inalação. À medida que o sinal diminui, a expiração ocorre. Fonte: Neuroscience 3 de março de 2020 Fonte: UCLA A respiração impulsiona tudo o que fazemos, então seu ritmo deve ser cuidadosamente organizado pelas células do cérebro, certo? Errado. Cada respiração que tomamos surge de um grupo desordenado de neurônios – cada um como um solista cantando sua música antes de se unir como um coro para harmonizar uma nova melodia. Ou, neste caso, um hálito fresco. Essa é a essência de um novo estudo da UCLA publicado na edição on-line desta semana do Neuron. “Ficamos surpresos ao saber que como nossas células cerebrais trabalham juntas para gerar ritmo respiratório é diferente toda vez que respiramos”, explicou o autor sênior Jack Feldman, professor de neurobiologia da David Geffen School of Medicine da UCLA e membro da Instituto de Pesquisa Cerebral da UCLA. “Cada respiração é como uma música nova com a mesma batida.” Feldman e seus colegas estudaram uma pequena rede de neurônios chamada Complexo preBötzinger. No início de sua carreira, ele nomeou a região depois de sugerir que era o principal motor do ritmo da respiração no cérebro. Em 2015, o laboratório de Feldman descobriu que níveis surpreendentemente baixos de atividade no complexo preBötzinger estavam impulsionando o ritmo da respiração. A descoberta deixou um enigma em seu rastro: como essas pistas menores geravam um ritmo respiratório infalível – cujo fracasso significa morte? Para responder a esse enigma, a equipe da UCLA estudou fatias de tecido cerebral de ratos e isolou meticulosamente os neurônios do complexo pré-Bötzinger do tronco cerebral. Ao registrar a atividade elétrica das células em um prato, a equipe pode escutar as conversas dos neurônios com os vizinhos da rede. Segundo o primeiro autor Sufyan Ashhad, a atividade dos neurônios se assemelhava a um coral cujos membros estão praticando e cantando um sobre o outro sem o benefício de um condutor. “É como se cada neurônio estivesse pigarreando e ensaiando sua melodia para que seu som coletivo não fizesse sentido”, disse Ashhad, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Feldman. “Enquanto os neurônios interagem, eles rapidamente se sincronizam para cantar em sintonia, transformando seus solos individuais de cacofonia em harmonia.” Cada respiração começa quando centenas de neurônios individuais disparam aleatoriamente em níveis baixos e depois são sincronizados rapidamente. O esforço sincronizado solicita uma explosão de atividade que sinaliza a contração dos músculos do diafragma e do tórax, causando a expansão do tórax. O ar entra e enche os pulmões para inalação. À medida que o sinal diminui, o peito empurra o ar para fora dos pulmões para a expiração. O ciclo se repete, gerando o ritmo da respiração. “Dada a confiabilidade da respiração, ficamos surpresos ao descobrir que como esses neurônios se movem para sincronizar e gerar ritmo que é diferente em cada ciclo respiratório”, disse Feldman. Este mapa de calor mostra neurônios individuais cantando seus ‘solos’ sobrepostos. A imagem é creditada ao laboratório da UCLA / Feldman. Por que isso é importante? Considere todos os momentos em que sua respiração se ajusta. Acelera quando você está ansioso ou se exercita, e diminui à medida que cai no sono. “O ritmo da respiração muda constantemente – de quando você passa de sentado para de pé e sai de casa”, disse Feldman. “Se seu cérebro não conseguir se adaptar automaticamente, você desmaiará por falta de oxigênio antes de chegar à rua.” A respiração é subjacente a todos os aspectos da função cerebral, acrescentou. Os resultados da UCLA podem sugerir novas abordagens para o tratamento de distúrbios respiratórios em crianças autistas e apneia do sono. Compreender como o ritmo da respiração é gerado também pode ajudar os cientistas a combater o aumento da taxa de mortalidade pelo uso de opióides, o que suprime a capacidade do cérebro de regular a respiração. “Nossa mensagem para levar para casa é que é importante estudar o efeito dos neurônios no nível coletivo, não apenas nas células individuais”, disse Ashhad. “Estamos otimistas de que essa descoberta abrirá novas direções para a pesquisa e resolverá uma questão que persiste há séculos”. Financiamento: O Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue e Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Derrame financiaram a pesquisa. SOBRE ESTE ARTIGO DE PESQUISA EM NEUROCIÊNCIA Fonte: UCLA Contatos de mídia: Elaine Schmidt – UCLA Fonte da imagem: A imagem é creditada no laboratório da UCLA / Feldman. Pesquisa original: Acesso fechado “Elementos emergentes da ritogênese inspiratória: sincronização de rede e propagação de sincronia”. Sufyan Ashhad e Jack L. Feldman. Neuron doi: 10.1016 / j.neuron.2020.02.005. Tradução: Maria Eugênia Anjos ——————————————————————————————————– English Version How our brains create breathing rhythm is unique to every breath Summary: Each breath begins with hundreds of individual neurons haphazardly firing at low levels, then quickly synchronizing. The synchronization prompts activity that signals diaphragm and chest muscles to contract, causing expansion and inhalation. As the signal subsides, exhalation occurs. Source: UCLA Breathing propels everything we do, so its rhythm must be carefully organized by our brain cells, right? Wrong. Every breath we take arises from a disorderly group of neurons – each like a soloist belting out its song before uniting as a chorus to harmonize on a brand-new melody. Or, in this case, a fresh breath. That’s the gist of a new UCLA study published in this week’s online edition of Neuron. “We were surprised to learn that how our brain cells work together to generate breathing rhythm is different every time we take a breath,” explained senior author Jack Feldman, a professor of neurobiology at the David Geffen School of Medicine at UCLA and a member of the UCLA Brain Research Institute. “Each breath is a like a new song with the same beat.” Feldman and his colleagues studied a small network of neurons called the preBötzinger Complex. Early in his career, he’d